http://www.youtube.com/watch?v=DGh0FLLqy48 |
Numa conversa sobre misturas com minha amiga M.Piaff, ela perguntou:
Mas quem é você afinal?
Eu, que sempre tenho respostas e boas tiradas pra tudo emudeci.
Essa mudez é bem contraditória. Em teoria, deveríamos ser quem mais nos conhece, no entanto, é bem mais fácil falar sobre os outros e deixar que os outros discorram sobre nós.
Fiquei pensando nisso, em como se definir sem se limitar. Sem se prender a conceitos sociais que nem são seus, sem esconder defeitos e sem cair na hipocrisia do 'faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço'.
Sem meias verdades e absolutismos, a única convicção que ainda tenho é que estou sempre mudando, e que assim somos todos nós seres humanos - ou não.
Eu sou alguém normal de um jeito diferente.
Nasci no carnaval, tive um avô-pai de quem morro de saudade, tenho uma mãe-pai, uma avó-mãe-madrinha, uma irmã adolescente de temperamento forte, e uma família de muitos tios e primos.
Nunca dei trabalho na escola, sentava com a turma do fundão (de onde tirei ótimos amigos), mas sempre garanti notas boas sem estresse. Já enforquei aula, já briguei com professor, mas não há nada grave que desabone minha conduta de estudante.
Joguei vôlei, futebol, soltei pipa, joguei muita burquinha, pulei muita corda e elástico. Tive uma infância sem luxos, mas bem feliz.
Já fui voluntária na biblioteca da escola, já cantei no coral da igreja, já dei presente pra criança carente...
Aos 13 anos comecei a trabalhar e tô aí até hoje. Trabalhei em outra cidade, em ME, em S/A, em LTDA. Comi muita marmita, chorei com grosseria de patrão frustrado, e com delicadeza de patrão que incentiva a gente a ser melhor.
Já sonhei ser médica, professora de português, cantora, jornalista.
Com 15 anos conheci o Anderson, hoje meu marido e amor da minha vida. Aos17 engravidei e aos 18, de parto normal dei á luz a Nicolly, meu maior e melhor presente.
Aí fui tratar de ser mãe e deixei uma porção de sonhos e desejos de lado, como tinha que ser - e não me arrependo nem um pouco por isso.
Com 19 eu descobri a logística, e me encontrei profissionalmente. Passei no vestibular e iniciei o curso de Logística aos 20, sonho interrompido pelo desemprego pouquíssimo tempo depois.
Muita água rolou desde então. Já passei por muitas dificuldades, travei várias batalhas, errei muitas vezes, acertei outras tantas.
Agora, aos 22, tenha o espírito mais maduro que minha idade, sou uma esposa com TPM forte, uma mãe dedicada, uma amiga fiel, uma cozinheira maisoumenos e tenho o privilégio de trabalhar com o que gosto. Ainda desenvolvi um certo vício por esmaltes, aprendi a dançar samba, rompi uma veia forte pra psicologia, descobri o quanto sofro de vergonha alheia e resolvi escrever tudo isso num blog.
Você deve estar se perguntando porque não digo de uma vez quem eu sou;
É que eu sou a soma de tudo o que já vivi e de todas as coisas que aprendi. Sou a evolução de tudo que um dia eu fui misturado aos sonhos de boa pisciana do que ainda quero ser.
Tenho defeitos que custo a reconhecer e tentar melhorar. Odeio ingratidão, oportunismo e que botem palavras na minha boca.
Ouço Mpb, Samba e Sertanejo. Vejo séries e realytes shows atentamente. Leio, leio muito. Me sinto envelhecendo toda vez que minha filha escreve uma nova palavra.
Tenho um piercing no umbigo e uma tatuagem.
Minha música preferida é "Todo amor que houver nessa vida", do Cazuza.
Tenho um marido que me ama do jeito que eu sou, poucos amigos verdadeiros, afeto sincero pelas pessoas que merecem tê-lo e uma filha agitada que alegra meus dias.
Ontem era mais impulsiva, hoje sei firmar os pés no chão e pensar antes de fazer.
Meu maior princípio é fazer o que tem que ser feito pra ser feliz, desde que isso não machuque outras pessoas.
Minha maior dificuldade, assim como maior orgulho é ser mãe. Ser exemplo é bem difícil.
Sou boa mesmo é em ser boa ouvinte. Temos dois ouvidos e uma única boca pra que falemos menos e ouçamos mais... E assim eu aprendi muita coisa...
(...)Lutar pelo que se quer, abolir falsidades, gastar com moderação, expressar os sentimentos,analisar todos os lados de uma mesma situação, ter educação em qualquer situação e rezar agradecendo o que já foi dado.
No fundo eu sou bem simples. Coisas pequenas me realizam mais que grandes acontecimentos. Quero ter saúde e algum dinheiro pra continuar vivendo da minha maneira, sendo quem realmente sou e não quem os outros esperam que eu seja.
Com as minhas essências, meu sucessos, meus excessos, minhas pluralidades.
Meus medos e minha 'noias' eu trabalho pra amenizar...
Acima de tudo, eu tô plantando meu jardim ao invés de esperar que alguém venha me trazer flores!
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Assim como já foi nas séries das entrevistinhas, o verdadeiro intuito deste texto é fazer você pensar em ‘quem você é de verdade’, e assumir-se sem se importar com conceitos pré-estabelecidos por terceiros, sem meias verdades, sem muitas certezas.
É bem difícil falar de si mesmo, mas, mais difícil ainda é ser o que você fala que é.
Talvez o mundo melhore quando a gente deixar de se importar com o falar, e der importância de verdade ao fazer, ao ser.
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M.Piaff é a minha consciência – não enlouqueci não – minha amiga e melhor companhia pra pensar na vida e na morte da bezerra. Esse codinome não é sintoma de distúrbio psicológico, é só uma forma bonitinha de encaixa - lá no texto.
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Como sempre, fica aberto o canal nos comentários pra você opinar, elogiar, criticar e quem sabe dividir um pouquinho de você com a gente.
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Bora fazer uma propagandinha aí para os amigos me seguirem gente!!!
2 comentários:
Oi Pri, adorei o seu texto. Realmente é muito difícil falar quem somos, mas pode ter certeza que com este lindo texto vc conseguiu passar quem você é.
Parabéns está lindo o seu blog.
Quando puder da uma passadinha no meu e de sua opinião,comentários de quem entende é sempre bom!
Beijos
Opaaaa! Olha minha amigona Rose Barretto aí em cima...e aeee Rose! Abração amigaaaa!
Pri, seus textos estão cada dia melhores...
Bora continuar, por favor... please!
Abraços
Rose, seu BLOG está lindo!
Agora que vc colocou uma foto minha lá ficou ainda melhor, kkkkkkk
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