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quinta-feira, agosto 19

Sobre os meus diários...



(Texto mais ou menos, só pra matar saudadinhas depois de um sonho com uma amiga muito, muito querida).

Debruçada num diário antigo, revivo histórias que a memória já tinha guardado nas gavetas de baixo.
Acho que sou uma menina boa, sempre ouvi que as más não tem tempo para fazer diários, e eu tenho vários...
Lembro cheiros, sabores, horários. Pedaços de uma adolescência feliz e do dia em que eu aprendi que queria ser alguém de opinião e de força.
Das pessoas que passaram poucas ainda fazem parte da minha vida. Algumas pelo espaço, outras pelo tempo, outras ainda pela falta de verdade.
Eu revivi momentos que jurei não mais esquecer, e esqueci. Andei por caminhos que ainda cruzam meus sonhos, passei por lugares especiais que faço questão que permaneça em mim, chorei algumas lágrimas que ficaram por chorar, ouvi músicas que ainda ouço e li trechos dos meus livros preferidos escritos com caneta-glitter.
Já me deram esse conselho ' de não revirar baús e não remexer feridas', mas unha e casca de ferida são tão magnéticas...
Sei lá, fiquei meio nostálgica depois de ler de súbito (e deliciosamente) aquelas páginas ficando amareladas de um passado recente, e voltei pra presente data sentada aqui no computador.
Eu criei o hábito de documentar meus sentimentos pra fazer um ‘backup’, porque sou naturalmente saudosa, e, porque ainda não inventaram um jeito de voltar no tempo.
É bom relembrar, ver o último capítulo e o quanto ele influenciou a capa da edição seguinte do livro...
Hoje meu diário é este espaço.
E os meus diários... Mesmo que eu chore ao abri-los respirar os bons tempos de sempre, sempre me faz ver, cada vez de uma forma diferente, coisas implícitas que eu gostaria de ter visto aos 14 e só consegui aos 22.
Sou reflexo de tudo que um dia documentei naqueles diários...
Acho que isso é crescer!


- Você se lembra daquele show do Ira?
- Lembro...ah se lembro!
- Se eu fechar os olhos posso sentir o gosto da Vodka com Citrus que a gente tomou.


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Moral da história:

Crescer é olhar pra trás e ver de forma diferente histórias antigas, entender frases que sua mãe falava e você achava totalmente sem nexo e agora tem completo sentido. Aprender a pensar antes de falar e de agir, buscar melhores fins para começos estranhos e meios imaturos. Sinal perfeito disso é quando você lembra de uma história e vê o quanto ela poderia ser diferente se acontecesse agora - mesmo que o fim de agora fosse mais sem graça.
Lembrar histórias antigas é confirmar que somos a soma de nossas decisões, desde o princípio. E que não existem peças soltas, os fatos sempre se encaixam em algum lugar

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