Perdoe-me não olhar no teus olhos pra pronunciar tais amargas palavras, não te dar uma satisfação mais consistente, não te dar um último abraço.
É que eu realmente não sei lidar direito com essas coisas e resolvi só fechar a porta e botar a chave embaixo do capacho pela última vez.
Não se culpe, nem me culpe, nem procure explicações pra essa ausência que sei que se faz presente enquanto lê essas linhas traçadas com certa pressa. Aceite minha partida.
Em meu coração ainda faltam algumas pecinhas deste quebra-cabeça que virou nosso amor, e, são essas pequenas faltas que me fazem ir embora pra longe nessa manhã febril.
Eu dei a você todo meu afeto, te amei com todos os meus sentidos, mas não posso permanecer parte de uma equação onde o x é sempre zero. Não posso continuar vivendo de metades, de meias verdades,de quases, de banalidades e insólitos momentos de intimidade.
Preciso me sentir inteira, mesmo que esse vazio que sinto enquanto seguro a caneta me acompanhe nessa nova viagem.
O destino nos prometeu capítulos inteiros de romances à meia luz e primaveras, mas nós não cumprimos nossa parte, e agora, deixar que o vento leve os restos desse sentimento bonito em direção ao mar é a saída mais poética.
Não olharei pra trás, mas fique certo de que lembrarei do teu cheiro em cada manhã de março...
Troque os lençóis, pinte as paredes, tire a tv do quarto, rasgue minhas revistas fúteis. Não espere minha volta, mas lembre dos meus luminescentes olhos vidrados nos teus.
É o fim porque precisava ser um fim.
Até qualquer sonho...
B.
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PERFEITO
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