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domingo, maio 9

"Ser mãe aos 22!"





Talvez padecer no paraíso não seja o termo certo pra definir, mas pra servir de recompensa pra uma mãe.

Eu descobri isso muito cedo. Aos 17 anos senti o chão sumir debaixo dos meus pés ao receber a notícia de que estava grávida; ali veio a primeira batalha: aceitar que nada mais seria igual e que todos os meus sonhos seriam adiados pra que eu pudesse dar a luz, logo depois de completar 18.
Na gravidez você cresce de fora pra dentro. Junto com a barriga, que de repente te torna diferente entre seus iguais, vem à força desse dom.
Você acaba aceitando que realmente nada mais será igual, e naturalmente passa a sonhar outros sonhos.
A primeira sensação de milagre que tive na vida foi sentir o bebê mexendo a primeira vez. Lembro-me como se fosse hoje. Perputuam-se os milagres da biologia humana contradizendo a física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.
A mudança é natural. De repente se é mãe, ainda que nem saiba se é filho ou filha.

Em 10 de Junho de 2006, o sol nasceu e trouxe consigo minha hora.
Foram 7 horas em trabalho de parto pra que a Nicolly pudesse nascer. Plenamente saudável, nascida de parto natural, com mais de 3 quilos e 49 cm de pureza.
Olhar nos seus olhinhos brilhando, ainda perdidos na imensidão a sua volta foi a segunda manifestação do milagre da vida.
Nessa hora, com o calor da pele do seu filho colado em seu seio a alimentar-se pela primeira vez,você pára e decifra o maior dos mistérios:
“Então o amor era isso!”
E a essa ligação –somente a essa- eu chamo eterno.

Você ama aquele ser tão incondicionalmente que muitas vezes, não se admite não entender o porque que ele chora.
Outras tantas, se vê impotente diante de uma febre, uma dor, que não se pode curar com beijinhos. Se pudéssemos tomaríamos todas as dores, de cada filho, só pela recompensa de vê-lo dormir em paz...
As noites de sono que perdemos, são instantaneamente recuperadas no sorriso da criança pela manhã. Cada mamãe que se ouve revigora as forças da mulher, e talvez por isso a gente não queira que os filhos cresçam. Talvez por isso eles sejam nossos eternos pequeninos, pra prolongar a sensação do ‘mamãe’ junto dos primeiros passos.
Nenhuma fase do cuidar, ofício da mãe é fácil.
O trabalho que um filho dá nunca acaba, está sempre em constante mutação.
E nós adoramos isso.

Hoje, aos 22 anos, casada há 4, mãe de uma esperta menina prestes a completar 4 anos, ainda perco o chão.
Já passei pelos engasgos, pelas febres, as dores de gargantas, as cólicas, os vômitos, um bilhão de fraldas sujas e até uma cirurgia de retirada de amídalas - onde chorei 45 minutos sem parar.
Também já passei pelos primeiros passos, as primeiras palavras, a primeira papinha, o primeiro corte de cabelo. As lindas fotos guardadas, o primeiro dia na escola, as perguntas cabulosas. Ela já sabe escreve o próprio nome, já canta, já escolhe a roupa que quer por, o sabor do sorvete, a cor que mais gosta.
Ela cresceu, eu também.
E as barreiras continuam aparecendo pra mim.
Muitas vezes, pra educá-la o chão treme, pois uma mãe sempre sabe tudo, não se admite errar mesmo quando tem medo disso. E as vezes vc se pega sem saber o que fazer...
Os sentidos que se apuram com a maternidade ajudam nessa hora e nos mostrar como seguir. Afinal, a jornada da mãe nunca pára e nessa idade, definimos o que vamos ensinar aos nossos filhos e o que esperamos que eles possam aprender.
Isso às vezes soa tão assustador...

Ser mãe as 22 anos é curtir a juventude de maneira diferente. Você divide o tempo, as experiências e a própria vida com uma pessoinha extremamente dependente de você.
O mundo tem ouras cores, outros cheiros, outros sabores.
Você não deixa de viver como dizem, nem perde a juventude, apenas muda os caminhos e leva consigo outro parzinho de pegadas na estrada.
Eu me jogo no chão, brinco na areia, leio histórias, assisto desenho.
Mesmo sendo difícil educar uma criança, a satisfação de conseguir que ele diga, por favor, e obrigado é tão maior que uma balada...
As preocupações rotineiras mudam muito. São duas bocas pra escovar os dentes, dois pratos pra fazer, duas camas pra arrumar, dois banhos a tomar.
Nada disso me desanima, ainda que as vezes vc cansada e perdida chore. Tomar banho com a minha filha e cantar com ela no espelho é a paga do meu dia.
Um filho, seja ele chegado com planejamento ou não, muda a vida dos genitores.
Surpreendente é a troca que se faz entre pais e filhos. Nós, postos pra ensinar, aprendemos a beleza da vida com os filhos todos os dias.

E hoje, quando lembro da minha adolescência gostosa, de um tempo em que eu era só um, tudo parece ter perdido o sentido. Eu não era um, eu era meio, era quase.
A voz e o sorriso da Nicolly é que tornam minha vida completa.
Nada além dela e além da minha vida com ela faz sentido.
Deixei muitos sonhos de lado pra poder dar a luz e cumprir o papel que Deus me deu no palco dessa vida e a impressão é que ainda tenho muito pra isso. Tudo que adiei, tudo que perdi pra ser mãe fica pequeno diante do milagre do meu coração batendo fora do peito.
Ela é o que realmente importa!
Minha filha, do auto da sua esperteza, geniosidade e alegria, a me ouvir dizer eu te amo, aprendeu a distribuir amor. Isso é dela, e é minha primeira grande vitória como mãe. Ser mãe hoje é essencial pra que eu possa respirar. Prova disso é que quero ser de novo.

Ser mãe é partilhar de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional.
Minha filha, minha vida!




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Pras mamães que eu aplaudo:
Rosemeire (minha mãe amada), Vó Adelaide, Tia Roseli, Tia Zica, Thaísa(prima querida), Tia Lina, Maria José(minha sogra), Ariane, Fabíola, Tia Sil e Fátima Romero.

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Tenho a sorte de conhecer todas essas mulheres e me espelhar nelas.
Também tive a sorte de ter duas mãe, minha mãe e minha vó, e de parir uma menina maravilhosa, que me surpreende e me apaixona a cada dia.

Hoje, Dia das mães, eu peço a vida que me conserve saudável e coerente pra preparar minha filha pro mundo.
E que conserve por muitos anos ainda, minhas mamães do meu lado.
Amo vcs sem explicação!
E que nos outros 364 dias do ano que restam, seja Dia das Mães no coração dos nossos filhos!




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"Mãe:
Aconteça o que acontecer,
eu estarei sempre perto de você.
Te amo do umbigo!"

(Cazuza)

2 comentários:

FABIOLA disse...

OI PRI!!!!AMEII SUA MENSAGEM ``SER MÃE AOS 22 ANOS´´POIS VC SABE ME IDENTIFIQUEI MUITO OM ELA!!!POIS NÃO FOI NADA FACIL PARA NOS, MAIS SE FOMOS AS ESCOLHIDAS TEMOS QUE HONRARR COM NOSSAS RESPONSABILIDADES!!HA E MAIS UMA COISA TEMOS EM CMUMM TER DUAS MÃES!!ATE NISSO!!!E OBRIGADA POR COMENTAR MEU NOME TBM!!!BJOSSSS ADORU VC!!!!FABIOLA

amanda disse...

Adorei!!!!!!!