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segunda-feira, abril 12

Sobre tragédia,politicagem e pizzas...




Não sou dada a falar de política por não gostar de tal assunto. Acredito na frase que diz que política e religião não se discutem, mas diante do drama que se abateu sobre o Rio nos últimos dias não me aquieto.
Sento em frente ao computador, e acompanhada por meu breve conhecimento e meu gigante atrevimento, ponho-me a desabafar sobre o assunto.
Chamo o que ocorreu no Rio de Janeiro de tragédia. Sim, mas não o teria sido se a política de lá não tivesse permitido - entenda-se dar permissão legal - que a população de menores recursos subissem os morros e contruissem suas casas sobre o terreno de um lixão.
Concordo quando alegam que nenhum plano de emergência teria salvo ou evitado a tragédia, mas quando o pessoal sem ter onde morar subiu o morro o que foi que o Governo do Rio e dos municípios fizeram?
Construiram escadas pra facilitar o acesso.
Gastaram tempo e dinheiro numa campanha pra sediar as Olimpiadas em 2016, e pra mim deviam é ter gasto mapeando as áreas de risco e implantando uma política decente que descesse o morro e desse condições dignas de moradia aos cariocas menos abastados, e nem é muito pedir que os direitos humanos lá da Constituição Brasileira sejam cumpridos.
É preciso um mínimo de inteligência pra entender que dar melhores condições de vida e oportunidades é plantar dignidade no coração das pessoas.
Possibilitar a construção de casas sobre o terreno de um lixão é a personificação do termo 'imprudência'.
É fácil botar a culpa na chuva forte, no vento devastador e na ressaca do mar. Há a parcela de culpa da natureza, mas ela só responde as nossas agressões. Tem lixo sendo desprezado em todo canto da cidade, tem sofá boaindo em Copacabana...
Se a política desse país fosse mais preocupada com o bem estar da população do que com as alianças internacionais, tudo isso seria amenizado e nem seria preciso trocar votos por barracos novos!
Não precisaríamos ver o morro encher o buraco onde estava preso pelas pernas um garoto de 8 anos clamando pelo pai que ajudava os bombeiros no resgate.
Não precisaríamos ver a mãe que, ao ouvir um estrondo saiu na calçada pra ver o que estava acontecendo e presenciou de fora sua casa sendo engolida pela lama e a água, com o filho e a sogra lá dentro jantando.
Não precisaríamos ouvir uma ligação pavorosa, onde um vizinho diz "Kelli eu to em cima da sua casa."
Nessa casa não tinha ninguem, mas na do vizinho estava toda a família...
Também vi uma mulher da comunidade que cavava a 36 horas a terra com as mãos à procura de vítimas, e um QG de mulheres que, deixaram pra sofrer a dor da perda quando sair o sol, e foram cozinhar pra alimentar os que trabalhavam nos resgates.

Ainda assim, assisto durante meu almoço alguém do alto escalão declarar que a ajuda disponibilizada pela defesa civil e bombeiros de outros estados não é necessária. Como não se os civis estão salvando vidas com suas próprias enxadas?
Quantas forças foram mesmo enviadas ao Haiti?
Vem aí, cenas inéditas da próxima negligência!
Tem corpos debaixo da terra e pessoas presas embaixo de concreto armado. Quanto maior o contigente, menor o tempo nos resgates e maior as chances de se reencontar vida!
Pra mim não e autonomia do Estado, é mais uma politicagem barata que está desprezando 'umas vidinhas' pra mostrar que é capaz de sediar uma olimpíada aos países que assistem. Foi essa a primeira declaração depois do caos instalado : " o Rio de Janeiro continua capaz de sediar as Olimpíadas, isso não afetará sua preparação.", e soa tão rídículo quanto guardar na meia o dinheiro que era pra comprar panetones para as famílias carentes.
Dessa vez, até a Zona Sul sofreu!
Teve muito burguês perdendo carro e ficando ilhado e sem energia elétrica.
Quem sabe a reclamação dos que tem posses serão atendidas e não se faça por lá uma galeria fluvial mais ampla, um mapeamento dos prédios e dos terrenos...
E nem adianta rebater dizendo que estão fazendo tudo que podem pois isso não passa de obrigação! É que as vezes o possível parece tão pouco diante do que poderia ter sido evitado.
Se as verbas desviadas para as Caimã e a sobrinha das obras superfaturadas tivessem sido usadas pra implantar Educação Ecológica de verdade nas escolas, as crianças estariam crescendo e ensinando seus pais a consciência de cuidar da terra em que a gente vive.
O povo tem culpa sim porque a natureza só está vomitando o que demos de alimento a ela, e os governantes que estão lá, voltando pra casa de motoristas, jantando salmão na mesa de carvalho e dormindo quentinhos em travesseiros de plumas foram eleitos por nós!
O caos está se dissipando e daqui a pouco a mídia esquece. Aí a gente volta a chorar com o assunto na retrospectiva da Globo no final do ano.
Tá na hora de botar a boca no mundo e cobrar resultados!Tá na hora de pagar impostos e querer ver a Nota Fiscal da sua utilização!
Ou então, sabe o que vai acontecer com mais essa tragédia
Vão colocar sobre a bancada do Governo do país, dividir em oito pedaços e entregar pra oito ministros de Diretorias inúteis junto com um refrigerante de dois litros!





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"...homen insensato, que construiu sua casa na areia!..."
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2 comentários:

Sandro Dálio disse...

É isso aí amiga...nada mais que isso!
PIZZA, muita pizza servida em bandeijas de prata, acompanhadas com a cabeça do POVO!
Em meu BLOG não tenho dado descanso aos politiqueiros, principalmente de São Manuel. Bato até ficar pitoco, com fé em DEUS e pé na tábua...
Não podemos concordar com tudo o que vem acontecendo...não é possível!
Até quando verão das janelas dos Palácios o povo morrendo lá fora???

Parabéns Pri pelo texto!
Somos a voz calada do povo!
Somos a parte NÃO vendida da imprensa!
Aqui em São Manuel tem muita gente vendida e que comunga da politicagem por causa de uma fatia de pizza! EU NÃO!

Se quiser pizza, EU COMPRO!
Trabalho pra isso!
Diferente daqueles que se lambuzam com o dinheiro do POVO!

Grande abraço Pri...
Continuemos.........

Sandro Dálio.

Bruno Comotti disse...

É isso ae Pri, ótimas colocações que todo brasileiro indignado deve estar fazendo também neste momento.