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segunda-feira, abril 5

“Aquela noite – musicada nacionalmente”

Depois de algumas doses de vodka com coca cola e de muitos cigarros, meteu na boca um chicle de menta e decidiu enfim entrar naquele carro. Não estava lucida como gostaria, não tinha vestido sua melhor lingerie nem o jeans novo que deixava seu bumbum irresistível, mas não mais adiaria aquela noite.
Tomará coragem de consumar a paixão que sentia pelo garoto universitário que roubara seu coração meses atrás...
Na cama de solteiro do ape do rapaz, tomada por um misto de prazer e ansiedade, deixava Cássia Eller conduzir as preliminares e sugerir caminhos, até que Zeca Baleiro acendesse a fagulha mais intensa do desejo e as mãos jovens tirassem por completo sua roupa e admirasse seus contornos na penumbra.
Via pouco mais que dois olhos claros e um par de ombros largos e nus sobre seu peito, mas nada queria ver. Naquele instante só queria sentir. Sentir o arrepio delicioso que Nando Reis poetizava enquanto ela rolava seu corpo sobre o dele num emaranhado de lençóis amarelados, e sua boca encontrava o calor daquele peitoral masculo.
Num perder-se cheio de ganhos, eram quase um e desenhavam ondas com as pernas entrelaçadas e os braços insuficientes pra abraçar tamanha urgência e calor.
Num firme separar de pernas, Zélia Duncan anunciava a paixão consumada. E num intenso vai-e-vem de óbvias e inéditas sensações, num suor escorrido à misturar-se, num morder de orelhas afobados, num cravar de unhas vermelhas em costas em fúria, a rouquidão de Maria Gadú se misturava aos gemidos do matar de um quase invencível desejo.
Na penumbra do quarto, entre os lençóis amarelados, a toalha molhada e a pilha de livros, pairavam estrelas, luzes e chuva fina. Os olhos claros dele a olhar dentro dos dela eram dois vagalumes e revelavam o que era implícito até então, desde o primeiro encontro.
No abraço reconfortante de dois corpos agora inertes, não se perdia nenhuma gota daquela paixão desmedida que o beijo na boca selava. O peito se ampliando em carinhos como naquela proposta antiga de Roberto Carlos – ‘eu te proponho te dar meu corpo, depois do amor o meu conforto, e além de tudo, depois de tudo, te dar a minha paz!’ .
Suspensa no tempo, suspira teus dedos, teus beijos, teu cheiro, tua carne.
Se lembra do barulho do banco de couro arranhado pelos amassos e se cala em seguida pra prender o sentimento e adormecer numa mistura de prazer e glória.
Acorda com ele a olhando. Numa troca perfeita e improvável de sentidos, nada dizem os lábios, enquanto Ana Carolina sopra segredos aos amantes ouvidos, outra vez tocam o céu.
Despedem-se em companhia do raiar do sol. Ela olha pro quarto agora claro e junto com a toalha molhada no chão derruba o que julgava princípio, pois ao contrário do que pensara até encorajar-se com a vodca e a coca cola, o jovem universitário – mais jovem que ela - despertara as mais deliciosas sensações e a mais intensa das paixões que havia sentido. Sem contar a admiração depois de uma noite de carícias ao corpo e aos ouvidos, em meio a toques, palavras e boa música.
Parados a sua porta, perde-se outra vez dentro dos insistentes olhos claros imaginando o quão improvável aquela relação seria, enquanto ele sorri e a abraça a lembrar de um samba – ‘Meu amor, é tão ruim te ouvir dizer que tem que ir embora, depois de uma imensidão de prazer...’ – no sorriso malicioso e no mesmo beijo precursor do amor de antes se vai...
Horas depois a surpreende ao telefone, enquanto ela ouve Vanessa da Mata ele espera pela lua pra ir busca-la, ainda com seu gosto em cada parte do corpo, curioso pra descobrir o que (nus) não exploraram...ainda.

E naquela outra noite, fizeram amor ouvindo rock’n’roll...



***
Texto inspirado em um texto de Marla Queiroz, ir-re-sis-tí-vel.
VALE A PENA :

5 comentários:

Sandro Dálio disse...

Pri, passei por aqui e te deixei um abraço carinhoso!
Gostei muito do BLOG e vou acessar sempre.
Continue.
São Manuel precisa de pessoas mais antenadas, mais ligadas e com senso crítico... mesmo que pra falar de amor, poesia, questionar a existência...

Nessa postagem, trocaria algumas canções e artistas, mas as escolhas foram "calientes" e propícias para o "gran finale!" rsrsrs

Em meu texto, colocaria um pouco mais de internacional e sussurraria algo de Nazareth, Led, Creedence...
E no ápice do prazer, explodiria com algo tipo RAMONES! rsrsrs. Talvez Poison Heart... quem sabe Alice in Chains, sei lá...

Mas, não posso near que gostei do Rei e sua Proposta. Na próxima, coloque ao menos um tiquinho de Você Em Minha Vida! É o início, o meio e o fim...

OBS: Coca Cola com Vodca é BOM DEMAIS DA CONTA!

Fique com Deus!
Boa sorte!
Sandro Dálio.

Sandro Dálio disse...

Em tempo: coloquei um comentário sobre você e seu BLOG em meu BLOG hoje!
Com sua permissão, é claro, rsrsrs
Abraço.

Fernanda disse...

Simplesmente amei seu Blog!
Parabéns!

* _ Pri CastRo _ * disse...

Querido Sandro...
Que bommmmm ter vocêpor aqui!
E fico muito feliz mesmo que tenha gostado do blog...
Que bom que 'captou' o espírito do texto, a intenção era mesmo fazer as pessoas pensarem na sua trilha!
O texto em que me inspirei tem canções internacionais tbm, mas como sou fãzona de música brasileira, não consegui fugir...RS!

Hum...Alice in Chains seria perfeito!

Pode esperar que logo vira o post com "Você me minha vida" especialmente dedicado a você Sandro...continue acesando hein!

Muito obrigada pelo comentário em seu blog!É uma honra pra mim...
Abração!


Fernanda...valeu o carinho!
Continue me visitando sempre!

Anônimo disse...

Prii!! Você escreve bem demais!!!
Já falei que tem q lançar um livro... tantas histórias neh..rs...
Seu blog está demais... espero q seu blog seja visto por todos!!!
bjuuuu