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quinta-feira, abril 1

A vida é exatamente da cor que a gente pinta!

“Eu sinto medo de descobrir, de repente, que a vida é só cinza.”
E como resposta, veio um anjo em forma de mão amiga soprar ao meu ouvido: “A vida é da cor que a gente pinta.”
Devaneei...
E discordei em seguida, comparando a vida ao céu que involuntariamente oscila do azul mais celeste e óbvio ao negro drama da meia noite, passando pelo branco pacificador das nuvens, pelo alaranjado do pôr do sol invernal e o cobalto acinzentado precursor de tempestades.
E a mão amiga ...”É, pode ser.”
Hoje, alguns poucos anos depois do fato, ainda sinto o cheiro da merenda que a gente comia naquele intervalo do colegial quando falávamos colorido, e devaneio a discordar de mim.
A vida pode ser comparada as cores que tem o céu, mas no auge do meu 7º sentido - o materno - prefiro compará-la aos desenhos ainda sem nexo que minha filha pinta no jardim.
Porque...
Porque entendo só agora que quando eu temia descobrir a vida cinza, era porque me sentia cinza em meio a um turbilhão de sensações que me instigavam a pintar o céu de verde e ver no horizonte ele se encontrar com a mata...
Mais eu, imatura criatura, tinha mais medo ainda de assumir a vontade verde, amarela, lilás; E era isso, a defensiva que me fazia temer o cinza.
Se a mesma mão amiga estivesse a poetizar ao meu lado hoje – e muito bom seria - eu diria: “Estava era fugindo das minhas cores, por serem diferentes das cores dos outros.”
E sei que a resposta não viria num clássico e mal educado ‘eu tinha razão’.
Pois aquela mão amiga, na simplicidade da frase feita e da incerteza, me fez ver e entender que o que eu queria mesmo era ter uma vida colorida!
Do alto da minha breve sabedoria clichê, me reservo o direito de sentir medo – ainda.
Não mais pela cor que terá minha vida quando amanhecer, pois o negro solitário da madrugada tem seus encantos e até o cinza de uma Segunda Feira chuvosa tem sua beleza.
E não mais das cores da minha vida, que não tem nada de involuntária, porque ela vai ser sempre da cor que eu escolher!
Nem que seja pra pintá-la de uma cor diferente a cada dia...




“A que saudade daquela amiga...”



**A tempos não escrevo um texto tão "sentido"!

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