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sexta-feira, novembro 19

Não faço a menor questão de ser fofa.


O delegado passa por mim apressado, me entrega um papel com nomes e respectivos números de telefone. Pede pra ligar e cancelar a reunião da tarde. Motivo: viagem. Tá... Pego o primeiro nome da lista: Daniel Inácio (fictício, né, meu povo...). Chama. Mal o telefone toca o sujeito atende.
- "Alô". (Voz de homem).
- "Oi, bom dia, o senhor Daniel Inácio, por favor".
- "Quem gostaria?" Ele perguntou. Só disse que era aqui da polícia e ele continuou. "Então você quer falar com o CORONEL Daniel Inácio"?
- "Por favor". Respondi, analisando o esmalte das unhas. E alguém quer saber a patente dele? Pensei.
- "Hummm, só um minuto, vou transferir pra ele". E a ligação caiu... Eu ligo de novo. Essas coisas acontecem. E ouço a voz do mesmo atendente.
- "Alô".
- "Oi, falei com você agora mesmo, pedi pra falar com o coronel Daniel Inácio e a ligação caiu". A cor e a textura desse esmalte são realmente fabulosas.
- "Ahhh, agora sim!!!" Comemorou ele. Tirei os olhos do esmalte e ele continuou: "Então você quer falar com o CORONEL Daniel Inácio??? Pois pode falar". Descruzei as pernas, me ajeitei na cadeira com os cotovelos na mesa, franzi a testa e conferi pra ver se estava entendendo direito. Onde é que fica o coronel na hierarquia militar? Não sei. Perguntei pausadamente:
- "Espera... então O SENHOR é o coronel Daniel Inácio?" Olhei de cantinho para o Parceiro que estava lendo alguma coisa. Ele já olhou pra mim rindo... Pisquei pra ele como quem diz "aguarde".
- "Sou eu mesmo. Agora você pode falar, minha filha". Gente, quase não acreditei!!! Será que esse corno pensa que é a rainha da Inglaterra? Pior! Esse sujeito tá se achando no direito de me enquadrar porque eu não o chamei de coronel??? Respirei fundo e a maldade já estava expressa no sorrisinho de um lado só da boca. Eu disse:
- "Ahhmm, não precisa mais não, viu? NÃO É NADA IMPORTANTE, CORONEL? NADA!" E pá! Bati a porcaria do telefone na cara dele, atendendo ao consagrado princípio da reciprocidade muito prestigiado no relacionamento entre as polícias.
Assim, um coronel veio marchando sozinho pra reunião que não teve, pra deixar de ser babaca. Palhaço!

Moral da história: Secretárias precisam dominar a arte de lidar com as vaidades; Agentes de polícia, não. Mulher na polícia é o quê?

(Mulher na polícia - 22/05/2010)

7 comentários:

disse...

rs...
Eu adoro esse texto.
E já fiz isso.
Lógico, com medo de sofrer qualquer punição depois.
Mas sou concursada tb então tá beleza... rs

* _ Pri CastRo _ * disse...

Esse texto é digno de cena de filme né não Lê!
Eu me vejo num filme qdo leio...

Grd beijo querida e obrigada por pernaceer por aqui!

Mulher na Polícia disse...

Oi linda!

Acredito que dos militares que me visitam (tem alguns! rs rs rs) esse é de longe o texto predileto. Já o vi repostado em outros blogs por aí.

Tem umas coisas que acontecem que depois a gente ri, mas na hora não tem a menor graça.

rs rs rs rs

Parece que a gente tem algumas afinidade, um certo entrosamento, né? Que bom!!!

Beijos, linda!

Mulher na Polícia disse...

Oi Lê!!!

Ah, mas eu quero saber dessa história aí... Faz um post lá pra gente!
; )

Crianças, não tentem fazer isso em casa!
kkkk

Beijinho, Lê!

Federal disse...

Coronel!? humm ! da licença Coronel aqui é Federal...Se tá loco!

Sylvio de Alencar. disse...

Irretocável!: a história e a escrita!

* _ Pri CastRo _ * disse...

A Novinha é boa até quando paga de mal...rs!