Pra espantar minha dorzinha de cabeça de manhã fria de outono, poesia da Marla de Queiróz, que pelas palavras tenho me apaixonado.
Outono
Peneiro no silêncio algum gesto.
Há vida pra contar, mas falta um jeito.
Palavras tão ausentes, as unhas sem vermelho,
só há vulcões por dentro.
Já é outono, meu amor,
estação em que me despeço de todos os meus gritos.
Há fortes luas e um sol ameno
e a pele da cidade acariciada pelo vento.
(Carícia é palavra que escorre pêlos-dedos-língua).
Alguma nostalgia nos finais-de-tarde.
Eu brinco de poesia na frente do espelho.
Os olhos sem segredos, a boca tão urgente
e um pequeno amor trazido pela brisa .
Já é outono, meu amor, e a palavra em si já é aveludada:
merlot bem encorpado, inverno é cabernet demais e um tanto ácido.
Então me abraça, meu amor,
que eu conto pra você os meus anseios
e deixo que você repouse sua cabeça
entre os meus seios.
(http://doidademarluquices.blogspot.com)
*******
Em companhia de Maria Gadú cantando Lounge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário